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Processador, HD, RAM? Aprenda a escolher o melhor computador para você.

08 Novembro 2018

Dá para saber se um computador é útil para navegar pela internet ou bom para tarefas mais exigentes, como jogos, edição de imagens e vídeos sem sequer ligá-lo. Para isso, basta ler as especificações de cada componente da máquina, como memória RAM, capacidade de HD e placa de vídeo.

Não faz a menor ideia do que são cada um desses itens? O professor de Engenharia Elétrica da FEI, Rodrigo Trevisoli Doria, explica.

Processador: o cérebro da máquina:

O processador funciona como uma espécie de cérebro em um computador. É ele que, além de processar as informações, gerencia o uso de recursos e dos demais componentes da máquina.

Aqui, mais do que escolher um modelo especificamente -- as fabricantes têm dezenas deles--, o mais importante é ficar de olho no tipo do componente. "Exemplares com múltiplos núcleos têm desempenho superior, já que funcionam como vários processadores em uma peça só", explica Doria.

A adoção de processadores com mais de um núcleo, inclusive, foi a solução encontrada pela indústria para aumentar a velocidade desses componentes sem ter, necessariamente, que elevar a frequência de operação dos processadores (algo mais complicado de se conseguir, consumindo mais energia e gerando mais calor).

Os modelos mais populares atualmente costumam ter quatro núcleos, mas é possível encontrar exemplares mais avançados de marcas como Intel e AMD com até 16 núcleos.

“A quantidade de núcleos é mais importante que a frequência. Com vários deles, o processador se torna capaz de realizar várias operações ao mesmo tempo”

Ainda sobre processadores, outro ponto que merece atenção é o tamanho do cache, uma espécie de memória interna dos processadores. Seu tamanho é capaz de influenciar na velocidade com a qual informações são processadas.

"A memória RAM fica longe do processador, então exige um tempo entre a informação sair do processador, ir para RAM e voltar. O cache evita que isso aconteça, porque ele guarda um conjunto de instruções referentes à operação que está sendo executada pelo processador”.

Assim, quanto maior o cache, melhor. Mas o custo-benefício é um ponto a ser levado em conta:

“Para aplicações mais convencionais, 4 a 8 MB de cache são suficientes”

Memória RAM: o meio do caminho:

Depois do processador, outro ponto que merece atenção é a memória RAM. Aqui, a lógica do "quanto mais, melhor" é válida, afinal ela é uma espécie de armário no qual o processador guarda informações das atividades que está realizando.

A tecnologia DDR sigla (do inglês Double Data Rate, Taxa Dupla de Transferência) se refere à possibilidade de que dois dados sejam transferidos simultaneamente -- algo que impacta diretamente na rapidez de operação da memória.

Atualmente, a tecnologia mais avançada é a DDR4 e a opção mais popular é a DDR3. Se puder optar, prefira computadores com memória DDR4.

Placas de vídeo: garantindo o visual:

Além de caras, as placas de vídeo são muito requisitadas por quem pretende ter um computador para jogos, para quem trabalha com edição de imagens e vídeos ou, ainda, para computadores usados na mineração de moedas virtuais.

Se você não pretende utilizar o computador para nenhuma dessas tarefas, ter uma máquina equipada com uma placa de vídeo potente é algo estritamente opcional.

"Um computador para aplicações triviais não exige ter uma placa de vídeo dedicada. Em geral, os chips gráficos integrados ao processador dão conta do recado nessas situações”.

A lista de modelos de placa de vídeo é enorme, mas é possível ter uma base olhando as especificações. Segundo o professor, para a maior parte das aplicações, um modelo com memória de 2 ou 4 GB é mais do que suficiente.

O tipo de memória da placa de vídeo também merece atenção, podendo ser GDDR3 ou GDDR5. Aqui, a lógica é a mesma das memórias RAM: a geração mais atual do componente oferece um desempenho consideravelmente melhor

Para escolher a tela do computador não tem muito segredo: o melhor é optar por um modelo com tecnologia IPS, que garante um maior ângulo de visualização. "Essas telas também têm uma taxa de atualização maior [os Hertz, ou "Hz", que você vê na especificação], o que se traduz em imagens mais próximas da realidade", explica Doria.

HD: Velocidade ou confiabilidade?

Na hora de guardar seus arquivos, há duas opções mais comuns hoje em dia. A primeira é o tradicional disco rígido, o famoso HD, que não tem esse nome à toa. "Trata-se de um disco cujas informações são lidas e gravadas por uma agulha", diz Doria.

Considerando esses modelos mais tradicionais, o que varia é o tamanho. Quanto maior, mais dados ele comporta. Já sua velocidade é medida em rotações por minuto (RPM). Quanto maior esse número, mais rápido ele será.

Além dos discos rígidos tradicionais, existem as memórias SSD (sigla para Solid State Drive, ou Drive em Estado Sólido). São memórias que lembram um pouco o método de operação de um pendrive. "É uma memória eletrônica, que faz gravações e leituras por meio de eletricidade".

Por conta desse método de funcionamento, os SSD conseguem ser muito mais rápidos para ler e gravar dados do que um HD normal, o que tem um impacto considerável no desempenho do computador.

A escolha pelo SSD, no entanto, esbarra em três questões. "São componentes mais caros e com menor capacidade de armazenamento do que um disco rígido normal. Além disso, a sua durabilidade é inferior à de um HD convencional”.

Entradas e saídas:

Não há muito o que se ver quando o assunto é placa-mãe. Aqui, caso você pretenda adquirir um notebook ou um computador, vale a pena optar por modelos que permitam atualizações, tanto em termos de memória RAM quanto na instalação de novos discos rígidos ou SSD.

Outro ponto que merece sua atenção é a quantidade e o tipo de entradas USB. "O modelo mais atual é o USB tipo C, mas esse ainda é um padrão recente", afirma Doria.

É interessante ter um computador com esse tipo de entrada, mas se o aparelho tiver apenas essas conexões, há a necessidade do uso de adaptador, o que pode ser um aborrecimento.

A geração de conexão USB também conta. Entradas USB 3.0 conseguem uma taxa de transferência dez vezes superior às USB 2.0, o que significa arquivos transferidos com uma velocidade maior. Essas entradas também são capazes de lidar com correntes elétricas maiores, o que se traduz em um menor tempo para carregar aparelhos como celulares.

Fonte: https://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/10/14/memoria-ram-hd-entenda-a-funcao-dos-principais-componentes-de-um-pc.htm